Quando se tem o gás
da juventude em suas veias, e o rompante do amanhã se tem tudo nada vida.
Afinal ser jovem é ser um desbravador de coisas a se realizar de sonhos a se
viver de amores a se curtir.
Ah a juventude tão
breve e passageira quanto forte e marcante, o primeiro amor, o primeiro
beijo... Tudo tem cheiro de novo, o gosto e mais intenso, a visão mais
otimista. Se ainda tivesse dezoito anos com toda a experiência que tenho com maus
trinta e poucos, teria evitado mais, me desiludido menos e aproveitado momentos
que por pura inadimplência da juventude deixei passar.
Então caro leitor o
que faço com meus trinta e poucos anos? E uma passividade frente à vida cada
vez maior? Já não vejo graça em muita coisa, os amores que já não eram possíveis,
estão se tornando cansativos. Penso eu que agora é sentar e observar a vida por
ângulos diferentes, mas sempre como espectador, pois já não me interessa
participar de grandes encenações do cotidiano e certos tipos de pessoas me
deixam exausta.
Quando vejo minha
atual situação lembro-me de bentinho de Dom Casmurro que amofinado em si próprio
já não via graça nas coisas ao seu redor.
Quando vejo minha
atual situação lembro-me de bentinho de Dom Casmurro que amofinado em si próprio
já não via graça nas coisas ao seu redor.