As origens da Abordagem Clássica da Administração remontam as consequências geradas pela Revolução Industrial e podem ser resumidas em dois fatos genéricos, a saber:
1. O crescimento acelerado e desorganizado das empresas, ocasionando uma gradativa complexidade em sua administração e exigindo uma abordagem científica e mais apurada que substituísse o empirismo e a improvisação até então dominantes. O aumento do tamanho das empresas leva à substituição das teorias de caráter totalizante e global - como vimos no capítulo anterior por teorias micro industriais de alcance médio e parcial - como veremos nos próximos capítulos. Com a grande empresa com dimensões mais amplas surgem as condições iniciais de planejamento da produção, reduzindo a improvisação.
2. A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações, no sentido de se obter o melhor rendimento possível dos recursos e fazer face à concorrência e à competição que se avolumavam entre as empresas. Com a substituição do capitalismo liberal pelos monopólios, instala-se nos Estados Unidos, entre 1880 e 1890, a produção em massa, aumentando o número de assalariados nas indústrias torna se necessário evitar o desperdício e economizar mão-de-obra. Surge a divisão de trabalho entre aqueles que pensam (gerentes) e os que executam (trabalhadores). Os primeiros fixam os padrões de produção, descrevem os cargos, determinam funções, estudam métodos de Administração e normas de trabalho, criando as condições econômicas e técnicas para o surgimento do taylorismo e do fordismo nos Estados Unidos e do fayolismo na Europa. Para o enfoque da Abordagem Clássica da Administração, teremos um capítulo sobre a Administração Científica de Taylor e de seus seguidores e depois um capítulo sobre a Teoria Clássica de Fayol (Capítulo 4). Nesses dois capítulos pretendemos desenvolver uma idéia abrangente da Abordagem Clássica, suas características e modelos de aplicação. Em outros termos, pretendemos mostrar o figurino de Administração utilizado pelas empresas americanas e europeias nas primeiras décadas do século XX, e apresentar suas adequações e vantagens, de um lado, e suas restrições e falhas, de outro.
DICAS
A busca da ciência da Administração O panorama industrial no início do século XX tinha todas as características e elementos para inspirar uma Ciência da Administração: uma imensa variedade de empresas, com tamanhos diferenciados, problemas de baixo rendimento dos recursos utilizados, desperdício, insatisfação generalizada entre os operários, intensa concorrência, alto volume de perdas por decisões mal formuladas etc. Inicialmente, os autores clássicos desenvolver uma Ciência da