A morte e um acontecimento
que é inerente a própria vida humana, sua definição nos lembra o espaço vazio,
a rotina interrompida, o fim frente a tudo que se conhece, surpresa, raiva,
silencio, austeridade, cerimonialismo, contemplação e reflexão. Existem tantas
outras definições científicas e populares que posso esboças aqui, biológica;
"a falência do organismo", física; "a energia que muda de
ambiente", química: "transformação da matéria", psicologia:
"a personalidade que se apaga", filosofia: "o pensar que se
torna escuridão", senso comum: "o descanso eterno", para os
céticos: "o estágio ultimo do viver".
Uma das formas que podemos
conhecer uma cultura e a ritualização da cerimônia de seus mortos, na Índia os
corpos são cremados ou jogados em um rio sagrado, no Japão existe a preparação
na presença de familiares dos corpos, no Egito antigo a mumificação. Podemos
nos referir aqui tanto a percepção da morte por um só indivíduo, como para a
ciência ou toda uma sociedade, mais a questão que quero chegar é qual a
realidade que se apresenta tanto para quem se vai e como aquele que fica. Pois
tudo que se apresentava antes será substituído a partir daquele acontecimento
por algo que não desejamos, não nos foi inquirido nem ao menos um aviso prévio
para podermos lutar, nos preparar, ou como diria Tim maia
"aquele adeus não pude
dá".
Muito se pode cogitar a
respeito da emoção de quem fica, da dor, do sentimento de espaço vazio, da
interrupção não concedida e imposta, da busca desesperada por respostas, seja,
de que ângulo ou direção venham mais devem ser ouvidas, gritadas a todas as
partes, da fragilidade espiritual que fatalmente se refletira na corporal, do
parar no tempo não sei se tentando conservar o que o outro deixou ou tentando
se auto conservar para que o tempo não apague as marcas de quem se foi nos
deixou impressas tanto no corpo como na alma, para ser bem realista a morte e
um ato abrupto e incoerente para os padrões humanos, pois nos e tirado em
segundos uma vida compartilhada, que esta ali a tanto tempo que deveria ser
respeitada com um simples porque daquela separação. Deve ser um ato de quem
deve saber o que esta fazendo mesmo porque a percepção humana ainda não
conseguiu atingir esta magnitude da morte, fomos a lua, as profundezas do mar,
já até explicamos as particularidades de uma simples célula até o genoma humano
e não abstraímos por completo esse fato.
Para quem vai nessa viagem
as escuras deve ser um barato algo do tipo voar sem asas, ter experiência e não
criar rugas, nadar sem se preocupar com a respiração, sonhar e realizar, voltar
a infância e comer a fruta roubada do vizinho, entender trigonometria de
primeira, brincadeiras a parte e um salto no escuro, entre todas as teorias
nenhuma tenho a certeza que chegara perto da pratica da morte em si.